
Nesta terça-feira (06) o professor Gilmar Santos (PT) participou de uma reunião virtual junto à Associação de Pessoas Surdas de Petrolina para apresentar o projeto do Mandato Coletivo e ouvir as reivindicações do grupo. Na ocasião, o parlamentar reforçou a importância do diálogo e da coletividade na construção de uma política que atenda às reais necessidades da população, principalmente daqueles/as que estão em situação de vulnerabilidade e possuem pautas específicas, como é o caso da comunidade surda.
O grupo agradeceu à oportunidade de se reunir com o parlamentar e apresentou algumas dificuldades que vêm enfrentando como, por exemplo, a ausência de uma central de libras no município e a dificuldade em conseguir um CNPJ para a associação. Além disso, o grupo apresentou algumas reivindicações pertinentes, dentre elas a necessidade de um intérprete de libras nos equipamentos públicos e instituições, destacando hospitais, teatros, escolas, corporações das polícias, DETRAN (Departamento Estadual de Trânsito) etc.; a criação de um aplicativo do SAMU que facilite a comunicação da pessoa surda principalmente em casos de urgências e também a efetivação do projeto de salas bilíngues nas escolas com materiais didáticos e equipamentos específicos, com o devido acompanhamento para a pessoa surda.
Gilmar destacou a falta de organização e até de interesse da atual gestão em promover a acessibilidade efetiva das pessoas surdas ou que possuam outro tipo de deficiência: “Estamos em uma cidade com muitas desigualdades e há segmentos mais vulneráveis que consequentemente são mais prejudicados. A exploração do mundo do trabalho para acumular bens é maior que os verdadeiros esforços para promover o bem estar da população, e no campo da política isso é ainda mais grave. O orçamento do poder público municipal é de quase de um bilhão de reais, mas esse recurso é mal investido quando se pensa nas áreas sociais, na educação inclusiva, na acessibilidade. Uma prova disso é que antes existia uma secretaria para a pessoa com deficiência, mas foi extinta, e isso parece não interessar à gestão, já que a secretária de acessibilidade é também secretária de outras pastas e além disso não possui nenhum tipo de deficiência, portanto não tem lugar de fala dentro dessa pauta”, afirmou.
Diante das ponderações levantadas pelo grupo, o parlamentar se comprometeu em acrescentar essas demandas em suas propostas para o próximo mandato dando ênfase na urgente necessidade da construção de um Plano Municipal de Direitos da Pessoa com Deficiência, que ainda não existe em Petrolina, e da efetivação do Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência, sendo esse o espaço de discussões e sugestões que irão nortear e pressionar o executivo para que as ações voltadas para acessibilidade e inclusão não sejam pontuais, mas sim permanentes.
Ao final da reunião Gilmar destacou o significado do seu papel na Câmara: “Enquanto vereador, sou servidor público pago pelo povo para servir o povo. Por isso, no nosso Mandato nós temos defendido incansavelmente a pauta dos direitos humanos que, entre outras e questões, exige a inclusão, o respeito e a garantia dos direitos de cada cidadão/ã: seja das pessoas com deficiências, das crianças e adolescentes, do povo preto, das mulheres ou das pessoas que estão em situação de rua”, concluiu.